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Lançamento do Falcon Heavy
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Image captionEssa foi a terceira vez que o Falcon Heavy foi enviado ao espaço

A Nasa colocou em órbita um relógio atômico compacto que, segundo a agência pode revolucionar a navegação no espaço.

Missões planetárias não têm GPS para navegar pelo espaço. Na realidade, são monitoradas no sistema solar por meio de sinais de rádio.

Esse sinais são enviados da Terra e são respondidos pelas naves. O tempo preciso que leva para as mensagens ecoarem de volta permitem que navegadores calculem a distância da nave e a posição exata da missão. Com isso, conseguem comandar seu curso com as correções necessárias.

Mas isso pode demorar muito para naves dirigidas por humanos – basta imaginar o quão ruim seria se um GPS na Terra demorasse mais que alguns segundos para calcular sua posição. Hoje, essa resposta para a navegação pode demorar cerca de 40 minutos.

Agora, esse novo relógio atômico compacto promete resolver o problema, dando aos humanos dentro das naves a possibilidade de determinarem sua posição de forma mais rápida e e dependendo menos da resposta enviada pela Terra, mais ou menos como já funciona a navegação com o GPS em carros e celulares.

Se as missões carregarem seus próprios relógios atômicos, o sistema de mão dupla usado atualmente,, dos sinais enviados da Terra, respondidos pelas naves e respondidos de novo pela Terra, pode ser reduzido para um só, e os computadores a bordo das missões poderão fazer os cálculos de navegação necessários sozinhos.

O relógio é do tamanho de uma torradeira e tem 50 vezes a estabilidade dos relógios espaciais como os que estão agora em satélites. “Estabilidade” se refere à assiduidade da medida de uma unidade de tempo por um relógio; a medida de uma unidade de segundo, por exemplo, tem que ser a mesma em diferentes períodos de tempo.

Se a tecnologia se provar eficiente —e deve demorar meses até que cientistas possam analisar o resultado—, a Nasa vai instalar o relógio nas próximas missões planetárias.

Pôster da Nasa celebrando o novo relógio atômico
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Image captionPôster da Nasa celebrando o novo relógio atômico | NASA/JPL-Caltech

Missão

O relógio foi lançado junto com o foguete Falcon Heavy, que saiu da Flórida, nos Estados Unidos, na terça-feira (2).

O foguete também carregou uma pequena nave que vai testar um novo combustível eco-friendly, e outra plataforma cujo objetivo é usar a luz solar para o lançamento.

Mas o relógio, feito de átomos de mercúrio e desenvolvido em um laboratório da Nasa, foi a grande estrela.

O desenvolvimento do satélite para levar o relógio foi feito por uma empresa do Reino Unido
Direito de imagemGENERAL ATOMICS
Image captionO desenvolvimento do satélite para levar o relógio foi feito por uma empresa do Reino Unido

O relógio atômico usado atualmente na Terra para navegação especial tem o tamanho de uma geladeira. Os engenheiros da Nasa diminuíram seu tamanho para algo que pode caber facilmente em uma nave espacial.

A pesquisadora principal, Jill Seubert, afirmou que uma nave autônoma, que possa navegar sozinha, é uma das tecnologias básicas necessárias para colocar os humanos em Marte.

“Navegação autônoma significa que a nave pode fazer sua própria navegação, em tempo real, sem esperar que direções sejam enviadas de volta pelos navegadores aqui na Terra. E, com essa capacidade, uma nave embarcada com seres humanos pode pousar de forma segura em um lugar para o qual o caminho é incerto”, disse aos repórteres.

Segundo Don Cornwell, do Programa de Comunicação e Navegação Espaciais da Nasa, para uma nave espacial navegando longe da órbita da Terra, a mínima imprecisão de um relógio pode levar a grandes erros navegacionais. “Mas [o novo relógio] tem um alto grau de estabilidade, o que significa que ele pode manter a precisão por muitos anos.”

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